O Comboio da Madrugada

  
Quase quarenta anos depois da sua estreia no Teatro Experimental de Cascais (TEC), Eunice Muñoz regressou àquele palco, no Estoril, com a peça de Tennessee Williams, encenada por Carlos Avilez. Agora é a vez do Teatro Rivoli receber a consagrada actriz. No Porto, entre 1 e 18 de Setembro.
Eunice Muñoz é Flora Goforth, a velha excêntrica e iludida que, em O Comboio da Madrugada, de Tennessee Williams, se toma de amores por um rapaz, um anjo branco que lhe bate à porta.

Nunca estreado em Portugal até este ano e apresentado pelo TEC a propósito do seu 45.º aniversário, o texto, escrito em 1963, faz parte de um ciclo de pequenas peças de Williams, onde convivem o esoterismo do Sul com o realismo amargo e decadente em que habitaram sempre as suas heroínas trágicas.

A história reúne o essencial do teatro do autor norte-americano, onde o confronto da beleza do Sul, personificado por esta velha artista de variedades, e o oportunismo do novo mundo, materializado na personagem de Chris Flandres (Pedro Caeiro), ambicioso agiota que visita velhas senhoras em fim de vida, dá azo a uma reflexão sobre a falência do amor.